Era uma vez um menino que era
loucamente apaixonado por uma menina que vivia a mais de 100 km de distância,
era um amor do tipo bem platônico, coisa de criança. Isso já deixava claro o
quanto seria complicada a vida amorosa dessa pessoa. Sim, “esse cara sou eu!”
Talvez ela tenha sido o meu primeiro amor verdadeiro, nunca correspondido, também,
algo sem cabimento, amor de infância mesmo. O primeiro de muitos, pois sim, sou
um homem fraco, que se apaixona fácil, fazendo-me chegar à conclusão de que a
pessoa do sexo frágil nas relações sou eu. Aliás, de sexo frágil a mulher não
tem nada, esse ser poderoso, agressivo, hostil que, às vezes, pela simples
maneira de falar, de agir, de sorrir, fuzila os corações de muitos marmanjos.
Iniciada a vida escolar, também
se iniciava aí uma série de novas paixões. E há como isso não acontecer? Um
local repleto de pessoas da mesma idade, gostos, de diversos comportamentos,
cores, religiões, sabores... É difícil não encontrar alguém que se queira, que
te queira, em um local como esse, que para mim, sempre foi mágico. Tive, também,
amor de verão, sempre o mesmo. E após sucessivas paixonites veio um
relacionamento, depois outro, complicados ou não, mas bons, com certeza!
Ao longo dos anos, a vida mudou
bastante. A tecnologia afetou diversas atividades humanas, entre elas, a forma
de conquistar. Há alguns anos, fazia-se serenatas a luz do luar, abaixo da
sacada do quarto da amada, escrevia-se cartas, enviava-se flores, bombons,
perfumes não acabavam com os amores. Com o passar do tempo, surgiram programas
de televisão que davam uma forcinha para quem queria encontrar o amor da sua
vida. O telefone celular, após o SMS trouxe uma facilidade grande e barata de
conversar, junto com a popularização das redes sociais. Só que a informatização
da humanidade vem cada vez mais aproximando quem está longe e afastando quem
está próximo. Nada substitui a conversa em uma mesa de bar, uma janta em um
restaurante, uma caminhada no parque.
Acreditem se quiser, nunca traí
ninguém, nunca fiquei com mais de uma mulher por noite, não sou machista, e nunca
fui o tipo “pegador”, diferentemente de outros por aí, não estou preocupado com
quantidade, e sim com qualidade, porém, é inegável que a chance de acertar é maior
após ter provado uma grande quantidade de sabores, de amores. Ou a quantidade
pode trazer uma certa confusão, também. Complicado, difícil, paradoxal!
Na verdade, paradoxais são as
mulheres! Que são loucas por encontrar o personagem da música do Roberto
Carlos, e quando encontram, não é aquilo que querem. Volta então a dama a
correr atrás do vagabundo. Surge aí, entre os homens decepcionados, a conversa
que mulher gosta é de homem que maltrata, que não liga, que despreza. Não
acredito que realmente funcione assim. Porém, os resultados de algumas
experiências apontam para essa teoria. Um dia desses cheguei a me perguntar, e
até mesmo perguntar pelo facebook, se mulher ainda gostava de receber agrados,
como diria o meu avô, houve uma manifestação positiva. Um “ufa!” Pensava ser um
velho por ainda querer fazer esse tipo de coisa.
O que mais tem me assustado é a
falta de romantismo dos jovens, que só pensam em beijar, beijar, beijar, mas
sempre uma pessoa diferente. Será que só eu ainda me preocupo em encontrar um
amor para a vida?
Ou, talvez, preocupava-me, pois a
grande quantidade de insucessos traz a vontade do desapego, do desamor. Cada
vez mais difícil de encontrar a pessoa certa, se existe de verdade!