Volta e meia me ponho a pensar sobre a
vida. O que é essa coisa fascinante que não sabemos de onde vem, por que vem,
para onde vai? Que do nada se vai... Essa coisa de que todos nós somos dotados,
sem optar por isso, simplesmente recebemos uma e para cá viemos. Há quem
acredita que um ser superior nos concede e tem grande comando sobre ela, há
outros que dizem que é mera obra do acaso, da evolução, enquanto que, para
outros, temos mais, ou muito mais que uma.
Gostaria de poder responder a todos estas
dúvidas. Mas, não posso. Infelizmente não lembro de nada que acontecia antes de
chegar aqui. Não lembro de nada de antes de deixar o ventre de mamãe, não
lembro das palmadas que precisei levar do médico para entrar aos berros. Na
verdade, quanto mais velho fico, menos vou lembrando dos momentos da infância.
Talvez nosso cérebro precise fazer uma desfragmentação em nossas memórias, para
que novas lembranças possam se alocar, e esse movimento altera as antigas.
Durante esse tempo que por aqui passamos,
muito aprendemos, muito erramos, e com os erros continuamos a aprender, e com o
aprendizado continuamos a errar. É assim, e sempre será! Erramos ao amar, porém,
com o erro, não deixamos de querer acertar, e tornamos a amar, a errar, mas,
enfim, um dia, conseguimos acertar. Por vocação somos santos e, também,
pecadores. Queremos o bem, praticamos o bem, não queremos o mal, e por
descuido, praticamos o mal. Queremos um mundo igual, para todos, onde não haja
violência, guerras, miséria, mas nossa curta vida não nos permite o tempo suficiente
para conseguirmos mudar isso, e quando conseguimos acertar algo de um lado, o
outro já está desconcertado, e pessoas que tem o poder um pouco maior que o
nosso, breves habitantes terrenos, pouco fazem para mudar o mundo e deixar um
futuro melhor para os futuros mundanos.
Enfim, “que coisa é essa que faz tudo funcionar
freneticamente, inexplicável e desesperadamente e que, sem sabermos para onde
vai, nos escapa, assim, num zapt, num ffff? Esvai-se! E não existe meio termo.
Ou ela está em você e você está vivo, ou ela não está e você começa,
automaticamente, a desmoronar-se, a desintegrar-se, como se nunca tivesse
havido qualquer coisa ali.” (Ítalo Ogliari). Não espere a sua esvair-se! Viva!
Aproveite! Faça o que tem vontade! O tempo é curto!
Ah, vida! Às vezes tão sofrida, às vezes tão
alegre, mas, sempre, tão vivida, até um dia se tornar “morrida”!
Christyam Fraga.
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