Sentado de pé, num banco de pau, feito de pedra, eu ouvia um
mudo que dizia consigo mesmo e aos seus companheiros: “prefiro mil vezes a
morte que perder a vida”.
Longe dali, num bosque sem árvores, os pássaros pastavam
alegremente e as vacas pulavam de galho em galho a procura de seus ninhos e os
elefantes descansavam num pé de alface.
Montei em minhas costas e saí galopando nas ondas de um
deserto sem areia.
Cheguei em casa, entrei pela porta da frente, que fica nos
fundos, pus cuidadosamente o paletó sobre a cama e me pendurei no cabide, onde
dormi um belo sono. Acordei e fui para a mesa, onde lavei os pés e para o
banheiro, onde servi o almoço.
Durante o almoço senti um gosto amargo na boca, pois havia
comido um guardanapo e limpado a boca com um bife.
Ao meu lado, um cego lia um jornal sem letras, cujas
palavras diziam que os quatro profetas do mundo são três: João e Jeremias.
Nenhum comentário:
Postar um comentário